Brincar “como os nossos avós” vai além do desenvolvimento motor e cognitivo, mas estimula a criação de laços afetivos e culturais.

Será que é possível brincar com uma criança, hoje em dia, sem a presença de uma tela? Claro que sim! E, para isso, talvez seja muito interessante resgatar brincadeiras que nossos pais e avós faziam quando eles mesmos eram crianças.

“As brincadeiras de outrora são um elo que vale a pena reviver! Entre as heranças mais amadas estão as cantigas de roda, a amarelinha e as milhares de brincadeiras envolvendo uma bola, como queimada, caçador ou, até mesmo, uma partida de futebol!”, explica a pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Francielle Tosatti. “Que criança que não se encanta com uma pipa voando? E com uma mola colorida?”

A sugestão da profissional é, justamente, retomar brincadeiras substituídas pelo uso do computador, do videogame e da televisão para estimular os sistemas cognitivos, motores e sensoriais dos pequenos, além de plantar uma cultura afetiva que não é possível por meio do uso de aparelhos eletrônicos.

“Os jogos tradicionais, principalmente de rua, podem ser descritos como atemporais e universais”, diz. “A diversão entre as gerações é garantida e proporcionam que os pequenos desliguem as pilhas e se conectem à família. Nesse momento estamos proporcionando além de todas as ferramentas para o desenvolvimento físico, a felicidade e a afetividade que constroem a autoestima de forma sólida e bem estruturada.”

Como incentivar brincadeiras à moda antiga?

Não é novidade que as crianças amam uma tela – principalmente as gerações mais novas, que já nasceram em um mundo digital e instantâneo. No entanto, mais do que as imagens coloridas, as músicas viciantes e os joguinhos hipnóticos que elas encontram ao alcance das suas mãozinhas, tem algo ainda mais valioso para elas fora desse ambiente digital: o tempo e a atenção dos tutores.

“Estar disponível é a principal forma de envolver a criança em uma atividade desejada e, já que não há nada mais natural que uma criança querer brincar, não será difícil de conseguir sua atenção”, explica a pediatra.

Uma dica para recomeçar essa conexão offline com as crianças é os tutores contarem histórias da sua própria infância, mostrando fotos, por exemplo, e revivendo essa alegria que sentiam quando eram pequenos. “Lembre-se que as brincadeiras tradicionais que passam de geração em geração têm uma imensa vantagem sobre qualquer brinquedo eletrônico: nelas, a imaginação é livre! Hora de criar, digo, brincar!”, finaliza a médica.

Dra. Francielle Tosatti

– Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande – RS.

– Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande – RS.

– Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

– Especialista em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein.

– Médica Emergencista da equipe do pronto-socorro e enfermaria do Hospital Infantil Sabará.

Dra. Francielle Tosatti

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